quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Tendências e probabilidades: sinais.

Há regras pra muito pouca coisa nessa vida. Quase nada é estável ou imutável. A vida oscila e evolui constantemente. No entanto, em qualquer situação da vida há tendências e probabilidades que deveriam ser observadas sempre. Tendências e probabilidades são sinais que, muitas vezes, nos recusamos a enxergar.
Quando o ser humano está empolgado e vivendo um momento feliz, ele se recusa a enxergar sinais negativos. Às vezes, uma situação aparentemente boa de repente se torna ruim. Na verdade, não deve ter sido tão "de repente" assim, já que provavelmente sinais eram visíveis ou perceptíveis. O detalhe é que esses sinais foram ignorados ou desprezados. Ou, ainda pior, esses sinais foram negados. A velha mania da negação. Por que? Fuga ou defesa? Talvez os dois, talvez outro motivo qualquer.
Por isso, o melhor é começar a observar mais o que acontece ao nosso redor, dar mais atenção a detalhes, se lembrar das experiências passadas. É viver o hoje, sem desprezar o passado ou as experiências vividas. Maturidade é experiência. Quem não experimenta, não amadurece.
Se você está prestes a entrar em determinada situação, analise as probabilidades de essa nova experiência ser positiva ou dar certo. Analise a tendência. Tende a dar certo? Quais os "prós" e os "contras"? Essa análise deve ser fria e objetiva, longe de emoções e sentimentos. Se há mais "contras" do que "prós", caia fora enquanto é tempo. O sofrimento será menor. É burrice "remar contra a maré". É insensato caminhar contra uma tendência.
Você já ouviu a expressão "tentar segurar uma faca caindo"? Qual a probabilidade de, na queda de uma faca, você conseguir segurar apenas no "cabo" sem correr o risco de se cortar? Concorda que a probabilidade é mínima? Então pra que "tentar agarrar faca caindo"? Pense.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A mina d'água.

Quando eu tinha uns sete anos de idade, eu tinha um amigo que morava em uma casa com um quintal bem grande. Além desse quintal, o terreno vizinho também pertencia ao pai dele; era grande e cheio de árvores frutíferas. Costumávamos passar a tarde brincando naquele quintal. Gostávamos de brincar com água e um de nossos sonhos era ter o "nosso próprio rio". Num certo dia chegamos ao quintal para brincar e tivemos uma grande surpresa: num canto do chão, perto do muro que dividia o terreno com a casa, havia um pequeno "fio" de água jorrando da terra. Foi a maior alegria! Tínhamos nossa própria mina d'água. Nos três dias seguintes, construímos canais, pequenos "lagos", poços etc por todo o terreno. Através dos canais que construímos, a água circulava por quase todo o terreno. Diversão total. Até que, no terceiro dia, o pai do meu amigo - que tinha estranhado aquela movimentação - veio ver o que estava acontecendo. Ele levou um susto com toda aquela água e correu para fechar o registro da água da casa dele. Imediatamente a nossa mina se secou. Pois é, nossa mina era só um cano furado. Nosso "rio" só existiu por três dias. A nossa tristeza foi geral, mas logo já estávamos envolvidos em outras aventuras. Tristeza mesmo teve o pai do meu amigo dias depois quando a conta de água chegou.