segunda-feira, 24 de maio de 2010
Interesse: interessado ou interesseiro?
Tudo na vida gira em torno de algum interesse. Mas isso não precisa significar algo negativo. Pelo contrário, é até saudável, inteligente e natural.
A cada passo, a cada decisão que tomamos, temos que refletir sobre o que é bom pra nós, sobre o que queremos, sobre o que nos atrai ou o que nos faz sentir bem. Ou seja, sobre o que nos interessa.
As pessoas tomam decisões de consumo baseadas em seus interesses, escolhem os destinos de viagens de acordo com os seus interesses, estabelecem círculos de amizade em função de interesses. Alguém que gosta de história vai escolher visitar Cuba ou a Itália; alguém que prefere as compras vai optar por Miami. Até aí, tudo bem. Insisto que isso é saudável, apropriado e normal.
O problema começa quando as pessoas agem de forma descontrolada, desonesta, desrespeitosa e anti-ética pra atingirem os seus objetivos e satisfazerem os seus interesses. Costumamos denominar esse tipo de atitude como "interesseira". De forma simplista, poderia se dizer que é "fazer algo a qualquer custo" ou "passando por cima do que ou de quem quer que seja". Significa enganar, corromper, iludir ou se usar de qualquer tipo de artifício desonesto ou imoral para satisfazer um interesse (eu não vou entrar na discussão do que pode ser definido como moral ou imoral, mas levo em conta apenas uma idéia genérica de moralidade do homem médio).
Uma pessoa interessada é diferente de uma pessoa interesseira. Uma pessoa pode se interessar por algo, mas não deve ser interesseira em qualquer situação ou circunstância da vida. São aspectos distintos e são posturas distintas que, por sua vez, geram comportamentos bem distintos.
Quando tomamos uma decisão e assumimos que temos determinado interesse, devemos avaliar, antes de mais nada, se o benefício que será alcançado com a eventual satisfação daquele interesse pode gerar algum tipo de prejuízo na vida de alguém. Se chegarmos à conclusão de que, na satisfação do nosso interesse, existe o risco de causar prejuízo a alguém, é hora de repensar o valor do nosso benefício. É hora de pensar se esse interesse é digno e legítimo.
A partir do momento em que alguém deixa de avaliar o possível impacto negativo de seus atos na vida dos outros, essa pessoa passa a agir de forma interesseira. E isso não é saudável, isso não é digno, não é ético e nem honesto. Não há virtude em uma atitude interesseira. E de que vale uma vida sem virtude?
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