Nós temos uma tendência a sempre julgar qualquer coisa como boa ou ruim, como melhor ou pior. É algo quase automático e que acontece de forma inconsciente.
Mas nem sempre algo tem necessariamente que ser bom ou ruim, melhor ou pior.
Quando se tenta definir se algo é melhor ou pior, a situação é ainda mais delicada. Pois, nesse caso, o julgamento ocorre sempre em forma de uma comparação entre A e B pra saber quem ou o que é melhor ou pior. E tem mais um detalhe: pra se fazer qualquer comparação, nós sempre usamos parâmetros ou conceitos pré-concebidos. Quer dizer, usamos "pré-conceitos". Esse tipo de reação ou comportamento às vezes torna a nossa vida pesada demais. É algo desnecessário, evitável ou simplesmente dispensável.
Mas será que, em muitos casos, as coisas não podem ser simplesmente diferentes?
Nem sempre é uma questão de ser bom ou ruim, mas apenas de ser diferente. Nem sempre algo ou alguém precisa ser melhor ou pior, mas apenas diferente. Isso é fato. Agindo assim, a nossa vida fica mais leve.
terça-feira, 18 de outubro de 2011
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
A fuga para a cozinha
Hoje eu fiz uma descoberta que me deixou estarrecido.
Eu não me considero mais uma pessoa muito ansiosa, nem tão impulsiva - já fui ansioso e impulsivo quando era mais jovem. Mas eu acabei de perceber que, toda vez que tenho algo pra resolver ou decidir e não sei exatamente o que fazer, inconscientemente, eu vou pra cozinha e começo a lavar a louça. Como eu disse, eu estava fazendo isso sem perceber, era totalmente inconsciente.
Eu nunca soube de um mecanismo de fuga ou defesa parecido com esse. E o interessante é que lavar louça, juntamente com passar roupa, sempre foram as piores coisas do mundo pra mim.
Claro, a esquisitice tem algo de positivo. Ultimamente é raro encontrar louça suja na pia da minha cozinha. Bem diferente das pilhas de louça suja que costumavam se acumular na pia até que não existisse mais um único copo ou talher limpo e eu tinha que me render e lavar tudo. Quer dizer, nem tudo. Muitas vezes, eu lavava apenas o que eu iria precisar naquele momento. A pilha estava tão alta, tudo tão bem organizado e encaixado - uma espécie de Lego da louça suja, que parecia uma obra de arte, e eu ficava com dó de destruir aquele trabalho.
Como em tudo na vida sempre há algo de positivo, fica a dica: se você estiver se sentindo tenso, ansioso, indeciso, corra pra cozinha e lave toda a sua louça. Faça isso devagar, refletindo, curtindo a esponja, o detergente, a espuma que vai se formando... Se, no final, você ainda estiver tenso e indeciso, ao menos você vai sentir aquela sensação de dever cumprido. A louça estará limpa e você terá um problema a menos com que se preocupar.
A louça é só uma opção. Se você não tiver louça suja, também vale limpar o banheiro ou passar roupa. O importante é você se sentir bem.
Eu não me considero mais uma pessoa muito ansiosa, nem tão impulsiva - já fui ansioso e impulsivo quando era mais jovem. Mas eu acabei de perceber que, toda vez que tenho algo pra resolver ou decidir e não sei exatamente o que fazer, inconscientemente, eu vou pra cozinha e começo a lavar a louça. Como eu disse, eu estava fazendo isso sem perceber, era totalmente inconsciente.
Eu nunca soube de um mecanismo de fuga ou defesa parecido com esse. E o interessante é que lavar louça, juntamente com passar roupa, sempre foram as piores coisas do mundo pra mim.
Claro, a esquisitice tem algo de positivo. Ultimamente é raro encontrar louça suja na pia da minha cozinha. Bem diferente das pilhas de louça suja que costumavam se acumular na pia até que não existisse mais um único copo ou talher limpo e eu tinha que me render e lavar tudo. Quer dizer, nem tudo. Muitas vezes, eu lavava apenas o que eu iria precisar naquele momento. A pilha estava tão alta, tudo tão bem organizado e encaixado - uma espécie de Lego da louça suja, que parecia uma obra de arte, e eu ficava com dó de destruir aquele trabalho.
Como em tudo na vida sempre há algo de positivo, fica a dica: se você estiver se sentindo tenso, ansioso, indeciso, corra pra cozinha e lave toda a sua louça. Faça isso devagar, refletindo, curtindo a esponja, o detergente, a espuma que vai se formando... Se, no final, você ainda estiver tenso e indeciso, ao menos você vai sentir aquela sensação de dever cumprido. A louça estará limpa e você terá um problema a menos com que se preocupar.
A louça é só uma opção. Se você não tiver louça suja, também vale limpar o banheiro ou passar roupa. O importante é você se sentir bem.
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
Os 40 anos da UEL
A Universidade Estadual de Londrina completa 40 anos.
É um momento de celebração e de reflexão, pois se trata de uma das mais importantes universidades do país, recentemente classificada como a 61a melhor universidade da América Latina.
Mas, afinal, o que é a UEL? Pra que serve a UEL? Quem faz a UEL?
Nos últimos 20 anos, eu sempre mantive uma certa proximidade com a universidade. Além de mim, meus pais e minha irmã se graduaram lá, sem contar os tios e primos. Por isso, para a minha familia, a UEL envolve até questões sentimentais. Meus pais eram estudantes da UEL no momento de sua criação (ou transformação em universidade) há 40 anos. E eu pude acompanhar alguns fatos e acontecimentos desses últimos 20 anos - portanto, metade dessa existência.
Teoricamente, a UEL deveria focar primordialmente o ensino e a pesquisa. Ensino universitário deveria significar a formação eficiente de profissionais nas mais variadas áreas. Nesse processo, a UEL deveria dar ao aluno as condições necessárias ao seu aprendizado e formação com um mínimo de conforto e tranquilidade.
Quando eu fiz o curso de Direito, no início da década de 90, eu tinha aulas nos centros denominados CESA e CCH. Hoje, no curso de Filosofia, tenho aulas no CCH. Então eu vou usar o CCH como exemplo pra refletir um pouco sobre a UEL.
Infelizmente, posso afirmar que muito pouca coisa mudou na estrutura do CCH nesses 20 anos. Nesse período, alguns prédios novos foram acoplados ao CESA e ao CCH. Mas os prédios antigos continuam praticamente os mesmos, salvo pequenas reformas que tantaram disfarçar um pouco a precariedade dos edifícios. O CCH é composto de três prédios grandes e principais.
Por exemplo, no prédio antigo e mais alto do CCH, não há acesso para deficientes físicos aos andares superiores. E há apenas um banheiro masculino e um feminino para o prédio todo. Banheiros que, por sinal, são antigos, sujos, fedidos e mal conservados. Sempre. Eram assim há 20 anos, e continuam assim nos dias de hoje. Papel higiênico ou toalhas de papel para enxugar as mãos são objetos raros naqueles locais, pelo menos no período noturno. Sei lá, talvez pensem que os alunos da noite não lavam as mãos ou não limpam a... deixa pra lá.
No prédio mais novo do CCH, onde funciona a parte administrativa, também há apenas um banheiro masculino e um banheiro feminino. E o prédio também é relativamente grande. Mas aí vem a melhor notícia: esses banheiros ficam fechados! E só os funcionários e professores é que podem usá-los (mas, pera lá, pra quem é a UEL mesmo???).
Algo inusitado, pra não dizer triste, aconteceu em 2010 no CCH: enquanto o prédio que fica próximo do CESA foi reformado e os banheiros desse prédio ficaram fechados pra reforma por meses - durante o período letivo, diga-se de passagem (ao invés de fazer a reforma nas férias), todos os alunos que estudam nesse centro tinham apenas um único banheiro pra utilizar (lembrando que os banheiros do prédio mais novo só podem ser usados por funcionários e professores). Aquele mesmo banheiro velho, sujo, mal conservado, que raramente tem "papel".
No início de 2011 e também no início do segundo semestre, na volta às aulas após as férias, nós tivemos uma grande surpresa ao encontrar as salas de aula do CCH sujas. Isso mesmo: completamente sujas. Levamos quase um mês pra limpar as carteiras usando as nossas roupas. Parece exagero? Pois bem, ainda hoje essas mesmas salas continuam sujas, como se não fossem limpas há anos. Além da sujeira, muitas carteiras estão quebradas ou remendadas. É provável que falte algum "pedaço" em pelo menos metade das carteiras encontradas no CCH. Sem contar que as carteiras são extremamente desconfortáveis. Mas aí já seria pedir demais, né? (detalhe: os funcionários da UEL possuem carteiras confortáveis - mas os funcionários são os funcionários)
Há poucos recursos extras pra ser utilizados em sala de aula (recursos audiovisuais, por exemplo). A utilização desses recursos é pouco funcional. E, além disso, existe uma certa burocracia pro uso desses recursos. Quer dizer, na prática, quase nunca são utilizados.
Mas porque eu estou dizendo tudo isso? Pra que levantar todos esses pontos negativos e problemáticos a respeito de uma universidade tão bem conceituada?
A minha intenção é destacar especialmente dois pontos. Primeiro, que a UEL é feita pelos seus alunos e por uma parte dos professores. O mérito não é da UEL, mas sim dos alunos que lá estudam ou estudaram, e de alguns professores que confundem suas vidas com a da própria universidade. A UEL simplesmente não faz a parte dela. Em muitos centros, a UEL não fornece o mínimo necessário pra que os alunos estudem com o mínimo de conforto e tranquilidade. Vários cursos da área de ciências humanas são "compostos" simplesmente pelo professor, pela sala precária e suja e pelos alunos. Nada além disso. O eventual sucesso ou o bom conceito desses cursos (como Direito, Economia, Administração, Filosofia, História ou Ciências Sociais, por exemplo) é resultado exclusivo do esforço intelectual e pessoal dos alunos e professores (mais dos alunos do que dos professores - as estatísticas mostram que a produção científica dos professores da UEL, de modo geral, é baixa comparada a países ditos desenvolvidos).
Em segundo lugar, porque a UEL é uma grande cidade. Tem até prefeito do campus. Possui orçamento maior do que o de muitos municípios de porte médio espalhados pelo estado. Possui uma "população" maior (considerando alunos, professores, funcionários, colaboradores etc) do que metade dos municípios do estado. Mas o que é pior: a UEL existe, antes de tudo, pra sustentar essa estrutura política e administrativa. Esse é o foco principal. O funcionário da UEL é mais importante do que o aluno, principalmente o funcionário das carreiras administrativas. Parece que o corporativismo é mais presente do que em qualquer outro orgão público.
Claro que existe sim ensino e pesquisa. Mas o ensino e a pesquisa não são o objetivo principal da universidade. Infelizmente.
Nem tudo é festa. Ainda assim, parabéns UEL! Mas, em primeiro lugar, parabéns àqueles que realmente fazem a UEL!!!
É um momento de celebração e de reflexão, pois se trata de uma das mais importantes universidades do país, recentemente classificada como a 61a melhor universidade da América Latina.
Mas, afinal, o que é a UEL? Pra que serve a UEL? Quem faz a UEL?
Nos últimos 20 anos, eu sempre mantive uma certa proximidade com a universidade. Além de mim, meus pais e minha irmã se graduaram lá, sem contar os tios e primos. Por isso, para a minha familia, a UEL envolve até questões sentimentais. Meus pais eram estudantes da UEL no momento de sua criação (ou transformação em universidade) há 40 anos. E eu pude acompanhar alguns fatos e acontecimentos desses últimos 20 anos - portanto, metade dessa existência.
Teoricamente, a UEL deveria focar primordialmente o ensino e a pesquisa. Ensino universitário deveria significar a formação eficiente de profissionais nas mais variadas áreas. Nesse processo, a UEL deveria dar ao aluno as condições necessárias ao seu aprendizado e formação com um mínimo de conforto e tranquilidade.
Quando eu fiz o curso de Direito, no início da década de 90, eu tinha aulas nos centros denominados CESA e CCH. Hoje, no curso de Filosofia, tenho aulas no CCH. Então eu vou usar o CCH como exemplo pra refletir um pouco sobre a UEL.
Infelizmente, posso afirmar que muito pouca coisa mudou na estrutura do CCH nesses 20 anos. Nesse período, alguns prédios novos foram acoplados ao CESA e ao CCH. Mas os prédios antigos continuam praticamente os mesmos, salvo pequenas reformas que tantaram disfarçar um pouco a precariedade dos edifícios. O CCH é composto de três prédios grandes e principais.
Por exemplo, no prédio antigo e mais alto do CCH, não há acesso para deficientes físicos aos andares superiores. E há apenas um banheiro masculino e um feminino para o prédio todo. Banheiros que, por sinal, são antigos, sujos, fedidos e mal conservados. Sempre. Eram assim há 20 anos, e continuam assim nos dias de hoje. Papel higiênico ou toalhas de papel para enxugar as mãos são objetos raros naqueles locais, pelo menos no período noturno. Sei lá, talvez pensem que os alunos da noite não lavam as mãos ou não limpam a... deixa pra lá.
No prédio mais novo do CCH, onde funciona a parte administrativa, também há apenas um banheiro masculino e um banheiro feminino. E o prédio também é relativamente grande. Mas aí vem a melhor notícia: esses banheiros ficam fechados! E só os funcionários e professores é que podem usá-los (mas, pera lá, pra quem é a UEL mesmo???).
Algo inusitado, pra não dizer triste, aconteceu em 2010 no CCH: enquanto o prédio que fica próximo do CESA foi reformado e os banheiros desse prédio ficaram fechados pra reforma por meses - durante o período letivo, diga-se de passagem (ao invés de fazer a reforma nas férias), todos os alunos que estudam nesse centro tinham apenas um único banheiro pra utilizar (lembrando que os banheiros do prédio mais novo só podem ser usados por funcionários e professores). Aquele mesmo banheiro velho, sujo, mal conservado, que raramente tem "papel".
No início de 2011 e também no início do segundo semestre, na volta às aulas após as férias, nós tivemos uma grande surpresa ao encontrar as salas de aula do CCH sujas. Isso mesmo: completamente sujas. Levamos quase um mês pra limpar as carteiras usando as nossas roupas. Parece exagero? Pois bem, ainda hoje essas mesmas salas continuam sujas, como se não fossem limpas há anos. Além da sujeira, muitas carteiras estão quebradas ou remendadas. É provável que falte algum "pedaço" em pelo menos metade das carteiras encontradas no CCH. Sem contar que as carteiras são extremamente desconfortáveis. Mas aí já seria pedir demais, né? (detalhe: os funcionários da UEL possuem carteiras confortáveis - mas os funcionários são os funcionários)
Há poucos recursos extras pra ser utilizados em sala de aula (recursos audiovisuais, por exemplo). A utilização desses recursos é pouco funcional. E, além disso, existe uma certa burocracia pro uso desses recursos. Quer dizer, na prática, quase nunca são utilizados.
Mas porque eu estou dizendo tudo isso? Pra que levantar todos esses pontos negativos e problemáticos a respeito de uma universidade tão bem conceituada?
A minha intenção é destacar especialmente dois pontos. Primeiro, que a UEL é feita pelos seus alunos e por uma parte dos professores. O mérito não é da UEL, mas sim dos alunos que lá estudam ou estudaram, e de alguns professores que confundem suas vidas com a da própria universidade. A UEL simplesmente não faz a parte dela. Em muitos centros, a UEL não fornece o mínimo necessário pra que os alunos estudem com o mínimo de conforto e tranquilidade. Vários cursos da área de ciências humanas são "compostos" simplesmente pelo professor, pela sala precária e suja e pelos alunos. Nada além disso. O eventual sucesso ou o bom conceito desses cursos (como Direito, Economia, Administração, Filosofia, História ou Ciências Sociais, por exemplo) é resultado exclusivo do esforço intelectual e pessoal dos alunos e professores (mais dos alunos do que dos professores - as estatísticas mostram que a produção científica dos professores da UEL, de modo geral, é baixa comparada a países ditos desenvolvidos).
Em segundo lugar, porque a UEL é uma grande cidade. Tem até prefeito do campus. Possui orçamento maior do que o de muitos municípios de porte médio espalhados pelo estado. Possui uma "população" maior (considerando alunos, professores, funcionários, colaboradores etc) do que metade dos municípios do estado. Mas o que é pior: a UEL existe, antes de tudo, pra sustentar essa estrutura política e administrativa. Esse é o foco principal. O funcionário da UEL é mais importante do que o aluno, principalmente o funcionário das carreiras administrativas. Parece que o corporativismo é mais presente do que em qualquer outro orgão público.
Claro que existe sim ensino e pesquisa. Mas o ensino e a pesquisa não são o objetivo principal da universidade. Infelizmente.
Nem tudo é festa. Ainda assim, parabéns UEL! Mas, em primeiro lugar, parabéns àqueles que realmente fazem a UEL!!!
sábado, 1 de outubro de 2011
Brinquedos modernos.
Meus filhos acabaram de ganhar videogames novos dos avós. Tenho que confessar: estou abobado com o que essa maquininha faz!
Eu nunca tive muita familiaridade com jogos eletrônicos. Geralmente, sou o último a saber das novidades do mundo eletrônico e da informática.
Quando eu era pequeno, enquanto os meus amigos se divertiam com o ágil Atari, eu tinha que me contentar com um Odissey de "segunda mão", que os meus pais me presentearam. Eu admito que esse talvez seja um trauma de infância ainda não superado. Puxa, como aquele Odissey era limitado! E como eu sonhei com um Atari! Santa pobreza.
Talvez eu tenha parado um pouco no tempo. E, agora ao tentar ajudá-los com as configurações dos games, eu tive um choque de modernidade. O tal do videogame em 3D faz cada coisa que eu simplesmente não consigo entender ou imaginar como pode ser possível. O joguinho cria imagens no espaço, interage com a parede, com o teto, com a mesa. Que loucura - pelo menos pra mim, que estava perdido no tempo!
Mais bobo ainda eu fico com a facilidade com que o meu filho de seis anos configura o brinquedinho, praticamente sozinho.
De outro lado, quando eu tinha os meus sete anos de idade e o único contato que eu tinha com a tecnologia era ao acionar o interruptor pra acender alguma luz da casa, eu me lembro do meu pai chegando em casa com uma televisão nova. Era a maior novidade eletrônica da humanidade: além de ser colorida, tinha controle remoto! As duas coisas ao mesmo tempo. Sim, essa foi a maior revolução eletrônica ocorrida com a minha familia nas últimas quatro décadas. Não que isso tenha acontecido logo que as TVs a cores foram lançadas. Não, não, foi muito tempo depois. Nós é que ainda tivemos que ficar um bom tempo assistindo TV em preto e branco, no final da década de 70, mesmo quando as TVs a cores já não eram tão novidade assim.
Isso tudo me fez lembrar de outra frustração que eu carrego desde a minha infância. Eu nunca tive um autorama! Lembra daqueles autoramas da Estrela? Pois é, nunca tive um daqueles. O mais próximo que cheguei foi com uma pista com carrinhos chamada TCR, também de "segunda mão", que eu ganhei dos meus pais. Mas os carrinhos do TCR não atingiam nem um terço da velocidade dos autoramas e viviam saindo da pista. Por isso, a minha frustração.
Mas eu já decidi que eu vou comprar um autorama tão logo o meu filho tenha maturidade pra me deixar brincar o tanto que eu quiser. Ou assim que ele puder entender que o autorama vai ser meu e não dele.
Eu nunca tive muita familiaridade com jogos eletrônicos. Geralmente, sou o último a saber das novidades do mundo eletrônico e da informática.
Quando eu era pequeno, enquanto os meus amigos se divertiam com o ágil Atari, eu tinha que me contentar com um Odissey de "segunda mão", que os meus pais me presentearam. Eu admito que esse talvez seja um trauma de infância ainda não superado. Puxa, como aquele Odissey era limitado! E como eu sonhei com um Atari! Santa pobreza.
Talvez eu tenha parado um pouco no tempo. E, agora ao tentar ajudá-los com as configurações dos games, eu tive um choque de modernidade. O tal do videogame em 3D faz cada coisa que eu simplesmente não consigo entender ou imaginar como pode ser possível. O joguinho cria imagens no espaço, interage com a parede, com o teto, com a mesa. Que loucura - pelo menos pra mim, que estava perdido no tempo!
Mais bobo ainda eu fico com a facilidade com que o meu filho de seis anos configura o brinquedinho, praticamente sozinho.
De outro lado, quando eu tinha os meus sete anos de idade e o único contato que eu tinha com a tecnologia era ao acionar o interruptor pra acender alguma luz da casa, eu me lembro do meu pai chegando em casa com uma televisão nova. Era a maior novidade eletrônica da humanidade: além de ser colorida, tinha controle remoto! As duas coisas ao mesmo tempo. Sim, essa foi a maior revolução eletrônica ocorrida com a minha familia nas últimas quatro décadas. Não que isso tenha acontecido logo que as TVs a cores foram lançadas. Não, não, foi muito tempo depois. Nós é que ainda tivemos que ficar um bom tempo assistindo TV em preto e branco, no final da década de 70, mesmo quando as TVs a cores já não eram tão novidade assim.
Isso tudo me fez lembrar de outra frustração que eu carrego desde a minha infância. Eu nunca tive um autorama! Lembra daqueles autoramas da Estrela? Pois é, nunca tive um daqueles. O mais próximo que cheguei foi com uma pista com carrinhos chamada TCR, também de "segunda mão", que eu ganhei dos meus pais. Mas os carrinhos do TCR não atingiam nem um terço da velocidade dos autoramas e viviam saindo da pista. Por isso, a minha frustração.
Mas eu já decidi que eu vou comprar um autorama tão logo o meu filho tenha maturidade pra me deixar brincar o tanto que eu quiser. Ou assim que ele puder entender que o autorama vai ser meu e não dele.
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