Meus filhos acabaram de ganhar videogames novos dos avós. Tenho que confessar: estou abobado com o que essa maquininha faz!
Eu nunca tive muita familiaridade com jogos eletrônicos. Geralmente, sou o último a saber das novidades do mundo eletrônico e da informática.
Quando eu era pequeno, enquanto os meus amigos se divertiam com o ágil Atari, eu tinha que me contentar com um Odissey de "segunda mão", que os meus pais me presentearam. Eu admito que esse talvez seja um trauma de infância ainda não superado. Puxa, como aquele Odissey era limitado! E como eu sonhei com um Atari! Santa pobreza.
Talvez eu tenha parado um pouco no tempo. E, agora ao tentar ajudá-los com as configurações dos games, eu tive um choque de modernidade. O tal do videogame em 3D faz cada coisa que eu simplesmente não consigo entender ou imaginar como pode ser possível. O joguinho cria imagens no espaço, interage com a parede, com o teto, com a mesa. Que loucura - pelo menos pra mim, que estava perdido no tempo!
Mais bobo ainda eu fico com a facilidade com que o meu filho de seis anos configura o brinquedinho, praticamente sozinho.
De outro lado, quando eu tinha os meus sete anos de idade e o único contato que eu tinha com a tecnologia era ao acionar o interruptor pra acender alguma luz da casa, eu me lembro do meu pai chegando em casa com uma televisão nova. Era a maior novidade eletrônica da humanidade: além de ser colorida, tinha controle remoto! As duas coisas ao mesmo tempo. Sim, essa foi a maior revolução eletrônica ocorrida com a minha familia nas últimas quatro décadas. Não que isso tenha acontecido logo que as TVs a cores foram lançadas. Não, não, foi muito tempo depois. Nós é que ainda tivemos que ficar um bom tempo assistindo TV em preto e branco, no final da década de 70, mesmo quando as TVs a cores já não eram tão novidade assim.
Isso tudo me fez lembrar de outra frustração que eu carrego desde a minha infância. Eu nunca tive um autorama! Lembra daqueles autoramas da Estrela? Pois é, nunca tive um daqueles. O mais próximo que cheguei foi com uma pista com carrinhos chamada TCR, também de "segunda mão", que eu ganhei dos meus pais. Mas os carrinhos do TCR não atingiam nem um terço da velocidade dos autoramas e viviam saindo da pista. Por isso, a minha frustração.
Mas eu já decidi que eu vou comprar um autorama tão logo o meu filho tenha maturidade pra me deixar brincar o tanto que eu quiser. Ou assim que ele puder entender que o autorama vai ser meu e não dele.
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Também nunca tive uma autorama (é do meu tempo também, não se engane): só tive os carrinhos em separado, e ficava brincando com eles e um pedaço de pista de autorama. Eu tenho dezoito anos, e tenho vergonha de ser meio analfabeto em videogame, e sei o que você está sentindo.
ResponderExcluirAh! E quando você conseguir um autorama, me chama para um racha...