quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Agarrem as pererecas!!!

Na verdade, eu vou falar de rãs. Mas o título com pererecas ficou bem mais legal. Além do mais, eu também gosto de pererecas. Só não gosto de sapos. Mas vamos ao que interessa. Depois que eu contei sobre a melhor pescaria, eu me lembrei de uma história interessante que aconteceu com a minha turma numa caçada de rãs. Pra quem não sabe, a rã é encontrada na beira de represas durante a madrugada, apenas com os olhos pra fora da água, brilhando. A gente se aproxima com uma lanterna bem forte apontada para o olho da rã, que fica imóvel por causa da luz, e então a espeta com uma "fisga" (fisga é aquele 'garfão'). Geralmente, depois de capturada, a rã deveria ser espetada ou pendurada pela boca num arame ou algo parecido pra não escapar, pois ela ainda fica pulando durante algum tempo. Certa vez, eu e meus amigos fomos passar a noite num sítio na beira do Rio Tibagi (sempre o Tibagi) pra caçar rãs nas represas que ficavam próximas do rio. A gente pegava lanternas potentes e fisgas e saía pelas represas durante a madrugada caçando as rãs. Mas a gente tinha pena de espetar a rã pela segunda vez na hora de guardá-las, após já terem sido espetadas quando foram capturadas. Então a gente as fisgava e as jogava num saco grande, daqueles sacos plásticos de 60 Kg, onde se transportam cebolas. A gente fechava a boca do saco e seguia em frente. Quando a gente já tinha fisgado uma quantidade boa pra uma fritada, a gente voltava pra sede do sítio pra limpar, temperar e fritar as rãzinhas. Nesse dia, quando a gente chegou na cozinha da casa pra limpar as rãs, aconteceu a catástrofe. Já dentro da cozinha, alguém deixou o saco cair no chão e umas 30 rãs escaparam. A maioria ainda estava viva e saiu pulando pelos cômodos da casa. Tente imaginar umas 30 rãs sangrando, meio mancas, pulando pra todo lado. Nos desesperamos. Fechamos a porta da cozinha, pegamos as fisgas novamente e recomeçamos a caçada. Dessa vez, pelos cômodos da casa. Deve ter demorado umas duas horas até recapturarmos todas as rãs. Acho que nem preciso dizer o estado em que a casa ficou de tanto barro e sangue. Parecia filme de terror. Depois de capturar as rãs, fomos lavar a casa. Quando terminamos tudo, o sol já brilhava lindo e forte. E todo mundo estava moído de cansaço e não queria mais saber de caçar rã. Nunca mais.

domingo, 15 de agosto de 2010

A melhor pescaria

Eu sempre gostei muito de pescar. Quando eu era adolescente, eu saía muito pra pescar com alguns amigos pelos rios e córregos de Ibiporã (cidade próxima a Londrina), os mesmos amigos da pescaria na loca. Mas tinha uma pescaria que era mais divertida e muito emocionante.
Lá em Ibiporã existe um "laguinho" decorativo, que fica numa pequena praça ao lado do teatro e da biblioteca municipal. Acho que atualmente essa pracinha se chama "Praça ou Jardim Japones". Há uns vinte anos atrás, a prefeitura daquela cidade fez uma revitalização naquela praça, limpou o laguinho, arrumou o jardim, melhorou a iluminação, e colocou uns peixes lindos. Dentre os peixes, havia umas tilápias enormes e muito bonitas, ou melhor, muito apetitosas (tilápia é um dos meus peixes favoritos - alguns a conhecem como St. Peter's fish). A gente costumava ir pra lá depois das 22h00, quando o movimento na cidade era bem pequeno, carregando "linhadas" - pedaço de linha com um anzol na ponta - e algumas iscas. Havia uma mureta a uns dois metros da água onde a gente se sentava. Pra disfarçar, a gente se sentava virado pra rua e ficava conversando, e fazia o arremesso pra trás, na direção das nossas costas. Enquanto isso, o Kéco, um dos meus amigos, ficava conversando com o vigilante do teatro pra distraí-lo até que déssemos o sinal para ir embora. Geralmente, a gente fisgava uns 3 ou 4 peixes. Algumas tilápias chegavam a pesar quase 1 Kg, eram lindas. Depois, a gente seguia pra minha casa pra fazer aquela "fritada". Com o tempo, pararam de cuidar do laguinho e de repor os peixes. E a nossa brincadeira acabou. (Obs: eventuais crimes estão prescritos e éramos menores de idade na época)

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Você sabe o que é bioética?

Bioética é um termo que surgiu no início da década de 70 e significa o estudo multidiscipinar que envolve a biologia, medicina, filosofia e o direito, e tem por objeto proporcionar um desenvolvimento ético da vida humana, da vida animal e das questões ambientais frente às novas tecnologias. Nos dias atuais, os temas mais polêmicos e que mais se destacam no campo da bioética são aqueles relacionados com a manipulação genética como, por exemplo, a fertilização in vitro, a clonagem humana, as células tronco e os alimentos transgênicos. A preocupação de alguns estudiosos reside especialmente na responsabilidade ética e moral - ou na falta dela - por parte dos cientistas envolvidos com essas pesquisas. Esses temas são novos e carecem de regulamentação. E a regulamentação, por sua vez, é difícil de ser implementada num mundo repleto de diversidades culturais, sociais, religiosas, políticas e econômicas. Por exemplo, um cientista que fosse impedido de desenvolver uma pesquisa ligada a um tema polêmico em determinado país poderia simplesmente transferir o desenvolvimento do seu trabalho para outro país onde encontrasse permissão, apoio, ou, na pior das hipóteses, onde encontrasse uma legislação que fosse omissa nesses temas, e carregaria consigo todo o seu equipamento, materiais, pesquisadores etc. Por isso, se houvesse alguma regulamentação, ela teria que ser supranacional, ou seja, teria que ser conduzida por um organismo internacional como a ONU, por exemplo, e que tivesse abrangência e poder de persuasão sobre todos os países do globo. Mas, ainda assim, possivelmente a questão não estaria bem delimitada ou regulamentada, já que alguns países simplesmente não fazem parte da ONU. Outros até são fliados à organização, mas nem sempre respeitam ou acatam suas decisões e determinações. Nessa abordagem apenas introdutória sobre a bioética, já fica clara a dificuldade de se regulamentar os temas de seu interesse. Mais adiante, admitindo que, hipoteticamente, alguns temas fossem objeto de regulamentação, surgiria um novo problema: a fiscalização e a sanção aos transgressores. Quem faria essa fiscalização? E quem aplicaria as eventuais sanções? Eu admito que estou apresentando uma visão um tanto pragmática sobre a dificuldade de se regulamentar o tema. Pessoalmente, sou ainda mais pessimista. Acredito que, no mundo atual, qualquer espécie de regulamentação seria ineficaz ou ineficiente, uma vez que, no contexto mundial atual, não existe organismo internacional com representação ou poder suficiente para desempenhar o papel de regulamentação e fiscalização. A própria ONU tem falhado na mediação de conflitos bélicos e não consegue se impor em diversas regiões do planeta. Não há força, respaldo ou poder suficiente. Além da inexistência desse organismo supranacional forte e com representação eficiente e significativa, há que se ressaltar que os interesses econômicos que envolvem o tema são imensos. É notório, por exemplo, que grandes indústrias farmacêuticas ou ligadas ao petróleo contribuem financeiramente e regularmente para campanhas políticas de líderes eleitos nos principais países do mundo, e também exercem forte pressão e influência sobre as casas legislativas desses países. A bioética será um tema cada vez mais presente em nossas vidas e é dever de cada indivíduo participar da reflexão e da geração de soluções e diretrizes para os problemas que surgirão em torno desse tema. (esse texto terá continuação)

Obstinação

Antes de começar a escrever esse texto, eu dei uma rápida olhada em algumas definições da palavra obstinação. Uma das definições mais objetivas foi: "perseverança em alcançar seus objetivos, tenacidade, persistência". Essa palavra mexe comigo. Eu também gosto das palavras perseverança e persistência, mas acho que até a sonoridade da palavra obstinação é mais forte, mais profunda. Nem sempre a gente consegue ser obstinado. Mas, ainda assim, acho que a obstinação é uma daquelas qualidades que devem ser buscadas sempre, independentemente da possibilidade de ser efetivamente alcançada. Pois a simples "busca" já vale a pena, o esforço e a mobilização valem a pena. A mera idéia da obstinação, da busca, da perseverança já nos faz pessoas melhores. A gente se sente vivo. Mas eu não me refiro a uma obstinação vazia, sem sentido. Não vale conseguir algo apenas pra poder estufar o peito e dizer que conseguiu, como aquele exemplo de ganhar dinheiro como fim, apenas pelo dinheiro em si, e não como instrumento ou meio para se alcançar outros prazeres. Eu estou falando de ser obstinado para se alcançar objetivos nobres como, por exemplo, se graduar numa universidade, construir uma casa, fazer uma viagem. Algo que traga outros benefícios sensíveis, que traga satisfação secundária maior do que simplesmente ter alcançado aquele objetivo. É conseguir fazer a viagem não pela viagem em si, mas por tudo de bom que pode acontecer numa viagem: as experiências, o aprendizado, as novas amizades etc. Eu já cansei de ver pessoas reclamando da vida. Por anos e anos. Reclamam do trabalho, da falta de dinheiro, da falta de saúde. Reclamam de tudo. Mas não fazem absolutamente nada para mudar aquela situação insatisfatória. Levam uma vida totalmente inerte. Como se aguardassem uma solução sobrenatural, vinda do céu. Assim é difícil. Nada cai do céu (a não ser raio, avião, cocô de passarinho). Então o melhor é se mexer. Obstinação é trabalho, é suor no rosto, lágrimas nos olhos. Mas também é recompensa, alegria e satisfação. Também é saúde e qualidade de vida.

Seu corpo é uma engrenagem ou um objeto de decoração?

Como você lida com o seu corpo? O que o seu corpo representa para você? Existem várias maneiras de lidar com o corpo e de cuidar do corpo. Mas duas maneiras de encarar o corpo chamam bastante a atenção. O nosso corpo é, antes de mais nada, o meio através do qual nos movemos, é o abrigo da nossa alma e do nosso espírito, é um instrumento de busca e satisfação de alguns prazeres da vida como a alimentação, o esporte, a música e a dança, o sexo etc. Muitas pessoas têm essa noção da importância do corpo e, por isso, cuidam dele com a maior atenção possível. É a consciência de que o corpo é um instrumento importantíssimo e que merece todo o cuidado para se manter saudável. Outras pessoas encaram os seus corpos como meros objetos de decoração. Inclusive, cuidam de seus corpos com essa finalidade: decorativa. Essas pessoas também gastam tempo e energia tentando manter seus corpos saudáveis, mas a motivação é diferente. Essa motivação pode ser um simples exibicionismo. Ou pode ser até a utilização do corpo como moeda de troca. Afinal, independentemente do sexo, sempre existiu quem se interessasse em primeiro lugar por um "corpinho bonito", deixando outras qualidades e virtudes em segundo plano. Finalmente, há aquelas pessoas que absolutamente não se preocupam com a "manutenção" de seus corpos. Nem pensam nisso. Esgotam, maltratam e envelhecem seus corpos de forma totalmente desordenada. E, geralmente, vivem pouco. E mal. O corpo é a nossa grande engrenagem, o nosso motor. De que adiantaria uma alma e um espírito saudáveis se não houvesse um corpo saudável onde pudessem se abrigar?

domingo, 8 de agosto de 2010

As minhas lombrigas.

Eu me lembro que, quando eu era pequeno, eu passei algumas vontades. Minha familia era de classe média baixa e não era todo dia que os meus pais podiam comprar os "doces" que eu queria. E criança simplesmente tem lombriga mesmo. Ainda mais na Ibiporã de 30 anos atrás. Eu também me lembro que o primeiro dinheiro que eu ganhei na vida, com alguma forma de trabalho ou bico, foi aos 15 anos. Mas era coisa bem pequena, nem dava pra considerar salário. Depois, já formado, eu passei no primeiro concurso público e comecei a ganhar uns "trocos" mais significativos. Nos primeiros meses, assim que eu recebia o meu salário, eu separava uns R$50,00 (valores da época - em 98 cinquentão era grana!!!), corria pro mercado e comprava um monte de "porcaria". Só "besteira" mesmo, como diria a minha avó. Ou só "guloseimas", como diria o Zé Colméia. Eu comprava umas duas caixas de bombom, uma meia dúzia de barras de chocolate, uns pacotes de bala, torrones, às vezes até uma caixa daqueles doces de bar... sabe aquelas gomas retangulares, metade vermelha, metade branca??? Delícia. Coisa de pobre mesmo. A cara de pobre não nega, eu já disse em outro texto. O cara que nasce pobre pode até ganhar uns trocos na vida mas, se descuidar, ele corre na "mercearia" e pede uma tubaína de framboesa - da marca Cini, lembra? Às vezes, a gente fazia questão de tomar a tubaína de framboesa só pra correr no espelho e ficar olhando a língua toda vermelha. Devia ter tanta porcaria naquela tubaína que a língua ficava vermelha por vários dias. Era tinta pura. Mas era uma delícia. Porque eu estou contando essa história? Faz umas duas semanas que eu estou evitando qualquer tipo de açucar. Quero perder uma gordurinha localizada que só eu enxergo na minha barriga. Hoje eu pedalei por mais de 30 Km, como parte da operação - pedalo 30/35 Km todo sábado. Fui à academia três vezes na semana passada, sem contar outras duas vezes que eu corri no lago. Mas eu sei que o meu armário tá cheio de doces, tem uns três potes de Hagen-Dazs no freezer, e eu não consigo parar de pensar nisso. Tô quase jogando tudo pra cima. Vai dormir, lombriga!!!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Nunca subestime algo ou alguém

Nunca subestime algo ou alguém. Eu ouvi uma história interessante e vou reproduzí-la aqui. Afinal, sou adepto total da idéia de que esse mundo é pequeno e dá voltas. Muitas voltas. Rápido demais. Uma vez, um jovem de uns dezessete anos se interessou por uma menina da mesma idade, que morava na sua vizinhança. Geralmente as meninas amadurecem um pouco mais rápido do que os meninos e, nessa idade, geralmente se interessam por garotos alguns anos mais velhos. Nesse caso, o menino tomou coragem e deu um jeito de se aproximar dela pra expor o seu interesse, mas a menina não lhe deu a menor atenção. De certa forma, até o desprezou. Disse que ele ainda era um moleque, que não servia pra ela, que ela não teria futuro com ele. Uns dez anos mais tarde, eles se reencontraram. As circusntâncias eram um pouco diferentes. Aquele menino tinha crescido, se formado e era gerente de um grande hotel. Num certo dia, um dos hóspedes mais frequentes e abastados do hotel ligou na recepção do hotel e avisou ao gerente que tinha "encomendado" uma garota de programa. Disse que a moça estava para chegar e que, assim que ela chegasse, ela deveria ser anunciada, mas que só deveria ser autorizada a subir se o gerente a achasse bonita e atraente. Ou seja, o gerente deveria fazer uma espécie de "triagem" antes de liberar a moça. Depois de alguns minutos, a moça chegou, se aproximou do balcão e se anunciou. Foi atendida por aquele gerente e, quando ela o reconheceu como sendo o rapaz que morava na sua vizinhança alguns anos antes, ficou transtornada. Ficou pálida, trêmula, mas tentou manter a postura. Imediamente, o rapaz interfonou para o hóspede e apenas confirmou que a pessoa esperada havia chegado e que ela já estava subindo. "Lembre-se sempre que aquela lagarta nojenta e desengonçada pode se tornar a mais bela das borboletas."

Caçadores de oportunidades

Eu li recentemente um livro que trazia a definição de "caçadores de oportunidades". Quando eu escrevi aqui no blog o texto sobre interesse, era mais ou menos sobre esse tipo de atitude a que eu me referia, mas eu acho que não consegui me expressar com muita clareza. Nesse livro, o autor aplica um conceito de marketing aos relacionamentos apontando que, da mesma forma que existem consumidores que não são fiéis a um produto qualquer, existem pessoas que não são fiéis a um amigo ou parceiro. Pelos mesmos motivos - interesses, vantagens. De acordo com essa definição, algumas pessoas adquirem um produto pelo "preço" ou pela "vantagem" que estão obtendo naquele dado momento. Essas pessoas não se interessam pela história, pela marca, pelo conteúdo, pelo valor real do produto, tanto que, assim que surge um produto novo no mercado por um preço mais acessível, ela passa a consumir aquele produto. Essas pessoas não se fidelizam. Elas se mantém fiéis apenas enquanto não surge outro "produto" que ofereça alguma vantagem maior. Geralmente, a vantagem é o simples preço menor. Esse comportamento também é muito comum nas amizades e nos relacionamentos. Nesses casos, a pessoa está do seu lado enquanto for conveniente, enquanto ela tiver alguma vantagem, algum atrativo. Mas, no primeiro problema que surgir, ela vai abandonar o barco ou vai procurar outro porto mais seguro, ou mais vantajoso. Às vezes, a gente se esquece que em tudo na vida há altos e baixos. A gente sempre quer usufruir apenas dos "altos" da vida. Nas amizades e relacionamentos a coisa funciona mais ou menos da mesma forma. Enquanto tudo é alegria, as pessoas estão empenhadas e comprometidas. Mas, ao primeiro sinal de crise, é mais fácil fugir do que lutar pra resolver o problema. Segundo essa filosofia, se o "brinquedo" se quebrou ou apresentou algum defeito, é mais fácil jogá-lo fora e correr na loja pra comprar outro novo. É a moda do descartável. Afinal, "o que importa é ser feliz" - como se prega aos quatro cantos. Mas eu simplesmente não consigo pensar numa felicidade dissociada da ética. Sem chance.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Nostalgia

La nostalgia es un sentimiento mui fuerte y peligroso, como el fuego de una pasion, algo casi incontrolable.