quarta-feira, 14 de abril de 2010
O homem e suas tragédias
Você sabia que o recente terremoto do Chile foi aprox. 25% mais forte do que o terremoto do Haiti? Mas o número de vítimas no Chile foi aprox. 500 vezes menor? Parece contraditório, né?!?
O grande número de vítimas no Haiti se deu principalmente em virtude da baixíssima qualidade das construções existentes no país. Ou seja, se houvesse fiscalização e controle de qualidade das edificações por parte das autoridades do Haiti, a tragédia teria sido bem menor.
Já no Chile, um dos países mais desenvolvidos da América Latina, a situação foi bem diferente. Muitas casas racharam e até foram condenadas, mas não chegaram a cair esmagando as pessoas. Assim, a diferença entre as duas tragédias foi por conta da qualidade das obras, fiscalização e controle das edificações, das políticas públicas voltadas à habitação etc.
Mas onde eu quero chegar falando tudo isso? Eu quero fazer um gancho com a tragédia ocorrida no Rio de Janeiro com as chuvas. Foram "apenas" chuvas. Não foi terremoto, nem tsunami, nem tufão, nem tornado.
Quando se constrói uma edificação qualquer, uma das primeiras coisas a se fazer é a "correção" do terreno, através da terraplanagem, aterro, muro de arrimo e por aí vai. Tudo com a fiscalização do poder público; nesse caso, secretaria municipal de obras, CREA. E essa fiscalização e controle vai culminar com a concessão do "habite-se" no final da obra.
Agora vejamos a situação do RJ. Como se fazer a "correção" de um terreno que fica numa encosta de morro, em área proibida e de preservação ambiental? Área que, se a vegetação for retirada, ficará suscetível a deslizamentos. Nem há muito o que comentar. Simplesmente impossível. E quem deveria zelar por tudo isso era o poder público, que foi omisso durante décadas.
Desculpe a frieza, mas o poder público e a população do RJ "plantaram" durante muitos anos. Agora "colheram". Infelizmente. Simples assim.
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