sexta-feira, 8 de abril de 2011

No meio do caminho: a curva da vida.

Depois que eu completei 35 anos - e já faz quase três anos, eu comecei a pensar bastante em como será chegar aos 40. O tempo está passando cada vez mais depressa e daqui a pouco faltarão apenas mais 2 anos.
Sinceramente, eu não tenho medo da famosa crise dos 40. Até porque eu já tive uma baita crise quando cheguei aos 30, crise que eu considero insuperável.
Quando eu cheguei aos 30, eu tentei fazer uma retrospectiva sobre tudo o que eu tinha vivido e conquistado até então. E me apavorei. Percebi que eu não tinha o emprego que eu sonhei, não morava no lugar que eu sonhei, não tinha viajado pros lugares que eu sonhei. Me senti frustrado e fiquei mal. Pouco tempo depois, tive outra grande frustração - a maior de todas - e fiquei mal novamente. Dessa vez foi a maior frustração que eu poderia ter em minha vida: o fim do meu casamento. Sentimento de frustração misturado com impotência e incompetência. Difícil de explicar. Mais difícil ainda de entender.
Mas o mais interessante de se estar chegando aos 40 é começar a imaginar se a gente já chegou na "metade do caminho". Quer dizer, nesse ano eu completo 38 anos, e se eu viver 76 anos, eu estaria nesse momento atingindo exatamente a metade do caminho. Viver 76 anos é bastante tempo. Dá pra fazer muita coisa. É legal pensar em tudo o que eu já fiz na primeira metade da vida, mas mais legal ainda é pensar em tudo que eu ainda posso fazer. Pelo menos no meu caso, é uma fase ou momento de otimismo. 
Seria chato se eu sentisse que já passei da metade do caminho. Mas, felizmente, eu sinto que ainda nem cheguei nessa metade da vida. Principalmente, quando eu penso nos avanços da medicina e nas novas tecnologias. Acho até que, com um pouco de cuidado com a saúde, a minha geração vai chegar fácil nos 100 anos de idade. E com uma certa qualidade de vida.
Mas o melhor de tudo é que, quando a gente vai se aproximando dos 40, a gente já não pensa muito naqueles sonhos que não conseguiu realizar. Pelo contrário, a gente enxerga e se contenta com outras conquistas importantes e valiosas que se tornaram realidade na nossa vida. O que a gente fez de bom até aqui acaba se tornando muito mais importante do que o que a gente deixou de fazer. Hoje eu tenho o mesmo emprego que eu tinha quando completei 30 anos e estou feliz com ele. Hoje não importa onde eu more ou esteja pra que eu tenha os meus momentos especias de felicidade, ainda mais quando os meus filhos estão perto de mim.
Nessa fase, apesar de ainda fazer planos, a gente consegue manter os pés no chão e viver mais o hoje, ao invés de ficar ansioso pensando apenas no amanhã.

Um comentário:

  1. Então Rogério... chegar aos 40 anos não é tão ruim assim... rs... pelo contrário! Como vc disse, valorizamos muito mais o que já fizemos de bom e com grandes pespectivas de viver feliz.....e se Deus quiser... ainda temos a outra metade para viver!!!!

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