sexta-feira, 26 de março de 2010

Democracia. Onde?

Desde pequeno eu ficava indignado, pra não dizer puto, toda vez que refletia sobre o voto obrigatório, o serviço militar obrigatório e a "Voz do Brasil". Isso mesmo, aquele programa de rádio irritante e obrigatório. Qual a razão para a existência do voto obrigatório? A idéia mais razoável seria o simples medo de uma grande abstenção nas eleições, o que tiraria parte da "legitimidade" do processo. Como se um processo dominado e manipulado pela mídia e pelo grandes interesses financeiros tivesse tanta legitimidade.
Depois vem a existência do serviço militar obrigatório. Essa sim a maior incógnita. Simplesmente não poderia ser por medo de que não aparecesse ninguém pra se alistar espontaneamente. Até porque em algumas regiões do país o serviço militar é a saída pra que muitos jovens se alimentem adequadamente por um período de suas vidas, e talvez consigam um rumo ou uma profissão através do aprendizado no exército. Sem contar que o exército nunca teve "espaço" pra abrigar todos os jovens que completam 18 anos no país a cada ano, tendo que dispensar a sua grande maioria. A incógnita seria ainda maior se a gente fosse analisar o poderio bélico do país, e a sua consequente influência mundial através das armas.
Agora o que me deixa mais confuso: pra que existe a "Voz do Brasil"? Não, a pergunta não é simplista e eu não estou me fazendo de bobo. Como um país que possui umas das constituições mais modernas do planeta (não estou sendo irônico) e que se diz adepto da liberdade de imprensa pode manter aquele programa em pleno horário nobre, e de forma obrigatória? Pior do que ser de transmissão obrigatória pras rádios, é ser de audiência obrigatória pra população, que fica sem alternativas naquele horário, já que todas as rádios são obrigadas a transmití-lo no mesmo horário, ao mesmo tempo. Não há qualquer liberdade de escolha. Agora se eu decidisse entrar no mérito do conteúdo transmitido pela Voz do Brasil, provavelmente eu perderia a linha e seria deselegante.
Melhor então só deixar registrada a minha indignação. E a minha esperança de um dia viver num país livre e democrático. De verdade.

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