sexta-feira, 30 de julho de 2010

O galo do meu pai

Já que eu falei do meu porquinho de estimação, acho legal também contar sobre o galo do meu pai. Isso mesmo: meu pai teve um galo de estimação. Sim, eu sei que é ridículo. Mas você conhece o meu pai? Então relaxe e curta a história. Quando eu era pequeno, meu pai sempre contava que, quando ele era criança, ele costumava acordar cedo com o som do galo cantando e que ele sentia saudades daquela época. Há uns 20 anos atrás, a gente morava em Ibiporã e o meu pai era professor do ensino médio, numa escola pública. Um dia ele contou essa história do galo na sala de aula e, dias mais tarde, uma aluna que morava no sítio apareceu na aula com um franguinho de presente pra ele. Era da raça galizé - alguns dizem garnizé, aqueles galos que não crescem muito e cantam bem alto e ardido. Pois bem, meu pai levou o franguinho pra casa e até deu um nome a ele: "Izé". Ele também cuidava do franguinho como se fosse um cachorrinho de estimação. Até que o franguinho cresceu e virou um galo. Era bem bonitinho e cantava bem alto pela manhã. Os vizinhos deviam gostar de ouvir aquele galo cantando às 5h da manhã, dia após dia. Mas a nossa preocupação começou no dia em que o meu pai arrumou uma espécie de fita, amarrou numa das patas do galo, e saiu com ele para passear na calçada. E ele fez isso muitas vezes. Nessas ocasiões, eu e minha irmã nos trancávamos em casa. Evitávamos ser vistos na rua no momento em que aquele passeio exótico acontecia. Mas, pra nossa sorte, logo ele percebeu que aquela fita machucava a pata do bichinho e então ele parou de levar o galo pra passear pelo quarteirão. Depois de um tempo, meu pai chegou à conclusão de que o galo estava solitário e precisava de mais espaço. Então ele deu o galo para a funcionária que trabalhava na nossa casa e ela o levou para ser criado no sítio da familia dela. De vez em quando ela trazia notícias do galo; dizia que ele tinha se tornado o rei do terreiro e que apavorava as galinhas da vizinhança. Muito tempo se passou e eu imagino que o galo tenha virado canja. Que ele descanse em paz.

4 comentários:

  1. Cada um com sua história...
    Passamos por coisas na nossa vida que após algum tempo, rimos ao nos lembrar.
    Imagino a cena do galo passeando na calçada... devia ser muito engraçado.
    Quando eu era criança, a funcionária da minha mãe morava próximo de casa, ela tinha várias galinhas e galos, lembro-me que eu ia buscar um pintinho na casa dela para ficar com ele como se fôsse um animalzinho de estimação.
    E eu ia acompanhando o crescimento do bichinho... colocava ele no colo, fazia carinho até ele se acomodar e dormir.
    Conforme o pintinho ia crescendo, ia fazendo sujeira na calçada, até que minha mãe não deixou mais buscar o bichinho. Lembro-me que fiquei meio deprê por alguns dias. Cada história...

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  2. Kkkkkkkkkkk
    Eu já tinha ouvido história de paulista que passeia de coleira com o gato!
    Mas essa é melhor!!!! =P
    Beijos!

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  3. Gente, o pior é que a minha história é real. Eu e minha irmã éramos adolescentes e pagávamos o maior mico na cidade. Ele saia com o galo pra passear na maior seriedade, como se fosse mesmo um cachorrinho de estimação.

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  4. Seu pai deve ser hilário!
    O interessante é notar que uma história simples, cotidiana, apesar de inusitada, nos marcam e trazem boas recordações. O que na época você encarou como "mico", hoje você conta (creio eu) com orgulho. Você certamente reconhece o quanto lembranças assim são preciosas em nossas vidas!

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