quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Caçadores de oportunidades

Eu li recentemente um livro que trazia a definição de "caçadores de oportunidades". Quando eu escrevi aqui no blog o texto sobre interesse, era mais ou menos sobre esse tipo de atitude a que eu me referia, mas eu acho que não consegui me expressar com muita clareza. Nesse livro, o autor aplica um conceito de marketing aos relacionamentos apontando que, da mesma forma que existem consumidores que não são fiéis a um produto qualquer, existem pessoas que não são fiéis a um amigo ou parceiro. Pelos mesmos motivos - interesses, vantagens. De acordo com essa definição, algumas pessoas adquirem um produto pelo "preço" ou pela "vantagem" que estão obtendo naquele dado momento. Essas pessoas não se interessam pela história, pela marca, pelo conteúdo, pelo valor real do produto, tanto que, assim que surge um produto novo no mercado por um preço mais acessível, ela passa a consumir aquele produto. Essas pessoas não se fidelizam. Elas se mantém fiéis apenas enquanto não surge outro "produto" que ofereça alguma vantagem maior. Geralmente, a vantagem é o simples preço menor. Esse comportamento também é muito comum nas amizades e nos relacionamentos. Nesses casos, a pessoa está do seu lado enquanto for conveniente, enquanto ela tiver alguma vantagem, algum atrativo. Mas, no primeiro problema que surgir, ela vai abandonar o barco ou vai procurar outro porto mais seguro, ou mais vantajoso. Às vezes, a gente se esquece que em tudo na vida há altos e baixos. A gente sempre quer usufruir apenas dos "altos" da vida. Nas amizades e relacionamentos a coisa funciona mais ou menos da mesma forma. Enquanto tudo é alegria, as pessoas estão empenhadas e comprometidas. Mas, ao primeiro sinal de crise, é mais fácil fugir do que lutar pra resolver o problema. Segundo essa filosofia, se o "brinquedo" se quebrou ou apresentou algum defeito, é mais fácil jogá-lo fora e correr na loja pra comprar outro novo. É a moda do descartável. Afinal, "o que importa é ser feliz" - como se prega aos quatro cantos. Mas eu simplesmente não consigo pensar numa felicidade dissociada da ética. Sem chance.

Um comentário:

  1. Muitas vezes as pessoas relacionam felicidade com a aquisição de bens materiais, quanto mais se tem, mais feliz. Este conceito é imposto pela mídia a cada instante, contribuindo para a construção de valores alienados.
    Torna-se muito difícil nos dias atuais mostrar para as crianças que isto não é verdade, difícil impor valores éticos e estéticos. Se faz necessário conscientizar o ser humano que a felicidade está nas coisas mais simples, nas pequenas coisas do dia a dia.
    Temos duas opções a escolher: a felicidade e valorizarmos as coisas boas da vida, jamais dissociada da ética, ou a tristeza transformando-se em um muro de lamentações por não alcançar as "grandes" coisas da vida.
    Ser feliz é uma escolha, uma opção a ser feita.

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