terça-feira, 8 de junho de 2010
As nossas fomes.
Nós buscamos o prazer. Desde que nascemos, vivemos uma busca constante pelo prazer. Temos fome de prazer.
Prazer e dor são opostos. Prazer com dor, ou na dor, não é prazer; é desvio, é doença.
Enquanto buscamos o prazer, temos fome. Temos fome de comida. Mas também temos fome de emoções, sentimentos, sensações, amor. Nossa alma e o nosso espírito têm suas fomes. E, enquanto essas fomes não são saciadas, sentimos dor.
Uma criança recém-nascida tem fome de comida: o leite materno. Mas também tem fome de sensações, cuidado, atenção: o calor, o cuidado e o amor maternos. A criança sente dor, sente fome e chora até que sua fome seja saciada. Quando a dor causada pela fome se vai, a criança alcança o prazer.
Nós adultos também sentimos dor e choramos, à nossa maneira, até que nossas fomes sejam saciadas e a nossa dor seja dissipada.
Quando saciamos as nossas fomes e extirpamos as nossas dores, alcançamos o prazer. Não me refiro ao prazer por prazer, ao prazer superficial ou passageiro, mas ao prazer estável e duradouro, aquele que nos proporciona paz de espírito.
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